sexta-feira, 21 de novembro de 2008


Brasil tem 2º maior índice de analfabe-tismo da América do Sul

A queda de 29,1% na taxa de analfabetismo entre 1996 e 2006 não foi suficiente para tirar o Brasil do incômodo penúltimo lugar no ranking de alfabetização na América do Sul. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta sexta-feira, o percentual de brasileiros que não sabem ler e escrever é inferior apenas ao da Bolívia, onde a taxa de analfabetismo foi de 11,7% em 2005.Analfabetismo na América Latina e Caribe* Haiti45,2
Nicarágua31,9
Guatemala28,2
Honduras22,0
ElSalvador18,9
RepúblicaDominicana14,5
Bolívia11,7
Jamaica11,3
Brasil11,1
Peru8,4
México7,4
Colômbia7,1
Equador7,0
Panamá7,0
Venezuela6,0
Paraguai5,6
Porto Rico5,4
Belize5,3
Bahamas4,2
Costa Rica3,8
Chile3,5
Antilhas Holandesas3,1
Argentina2,8
Cuba2,7
Uruguai2,0
Trinidad e Tobago1,2
Guiana1,0
Barbados0,3
Média9,95
*Dados do Cepal 2005Em relação a todos os países latino-americanos e caribenhos, o Brasil também vai mal no quesito: tem o 9º pior índice do grupo.Mais grave ainda é a situação do Nordeste, que tem o mais elevado índice entre as cinco regiões do país. Na média, um em cada cinco nordestinos declarou que não sabe ler nem escrever um bilhete simples. Se fosse um país, o Nordeste teria o 5º pior desempenho em alfabetização da América Latina e Caribe, à frente apenas de Honduras, Guatemala, Nicarágua e Haiti.Na comparação de dados de população urbana da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) com os da Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe) em 2005, o Brasil se saiu pior do que vizinhos de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) mais baixo, como Peru, Venezuela e Colômbia.A taxa brasileira de analfabetismo, 11,1% entre os maiores de 15 anos, ficou, em 2005, acima da média do grupo, que foi 9,95%. O número divulgado pelo IBGE referente a 2006, 10,4%, também está acima dessa linha.O contingente de analfabetos no Brasil acima de 15 anos, 14 milhões de pessoas, coloca o país no grupo das 11 nações com mais de 10 milhões de não-alfabetizados, ao lado do Egito, Marrocos, China, Indonésia, Bangladesh, Índia, Irã, Paquistão, Etiópia e Nigéria.O grupo é considerado prioritário para a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), que criou programa de metas de erradicação de analfabetismo até 2015.
Fonte: Uol Educação

Menos de 50% dos alunos de 15 a 17 anos estão no ensino médio
Se não perder nenhum ano, uma criança que ingressa na escola aos sete anos de idade deve cursar o ensino médio dos 15 aos 17 anos. Dados do Pnad 2006 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) divulgados nesta sexta-feira mostram que, para mais da metade dos estudantes brasileiros, a prática não confirma essa teoria.A Síntese dos Indicadores Sociais 2007 mostra que apenas 47,1% dos estudantes entre 15 e 17 anos freqüentam o ensino médio no Brasil. Em alguns Estados do Norte e do Nordeste do país, esse número não chega a 30%, casos do Pará (28,4%) e Alagoas (25,4%).A queda de 29,1% na taxa de analfabetismo entre 1996 e 2006 não foi suficiente para tirar o Brasil do incômodo penúltimo lugar no ranking de alfabetização na América do Sul. o percentual de brasileiros que não sabem ler e escrever é inferior apenas ao da Bolívia, onde a taxa de analfabetismo foi de 11,7% em 2005.Em relação a todos os países latino-americanos e caribenhos, o Brasil também vai mal no quesito: tem o 9º pior índice do grupo.PENÚLTIMO LUGAREntre os alunos de todo o país com idade entre 18 e 24 anos, 12,7% ainda cursavam o ensino fundamental em 2006. No nível inicial de ensino, a situação do Brasil é oposta. Em 2006, o número total de matrículas entre a 1ª e a 8ª séries atingiu 94,8% da população com idade entre 7 e 14 anos.Atrasados na escolaNo ano passado, de 32,5 milhões de estudantes brasileiros, 8,3 milhões estavam com idade atrasada em relação ao ensino fundamental -- o que corresponde a 25,7% de alunos defasados. Dez anos antes, o índice era de 43,9%. O IBGE sugere que a redução de 41,6% no total de estudantes em nível inadequado para a faixa etária se deve à aprovação automática adotada nas escolas. A opção pelo sistema fica a cargo de cada prefeitura. De acordo com o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), está implantado em mais de 10% das instituições brasileiras.Mesmo com a redução no indicador, a taxa de defasagem ainda é elevada. Segundo o IBGE, há diversas causas que explicam o fato de 8,3 milhões de estudantes estarem com idade superior à recomendada para cada série: falta de vagas no pré-escolar, repetência no sistema seriado, falta de oferta de escolas no meio rural, conteúdo das escolas de educação infantil e evasão escolar.A defasagem reflete ainda a média de anos de estudo dos jovens. Aos 15 anos, deveriam ter oito de estudo. Em 2006, os adolescentes dessa idade tinham apenas 6,5 anos de estudo, enquanto, em 1996, a média era ainda mais baixa (5,2 anos).

Dois em cada três analfabetos brasileiros são negros ou pardos, diz IBGE
Em um país em que quase metade da população declara-se branca, a análise dos índices de analfabetismo revela uma assimetria: apenas 32% dos analfabetos pertencem a esse grupo, enquanto 67,4% são negros ou pardos declarados, segundo a Pnad de 2006 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).Traduzindo em números absolutos os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), dos 14,4 milhões de analfabetos, 10 milhões eram negros ou pardos. Isso faz com que a taxa de analfabetismo entre negros e pardos (14%) seja mais que o dobro daquela entre os brancos (6,5%).A queda de 29,1% na taxa de analfabetismo entre 1996 e 2006 não foi suficiente para tirar o Brasil do incômodo penúltimo lugar no ranking de alfabetização na América do Sul. o percentual de brasileiros que não sabem ler e escrever é inferior apenas ao da Bolívia, onde a taxa de analfabetismo foi de 11,7% em 2005.Em relação a todos os países latino-americanos e caribenhos, o Brasil também vai mal no quesito: tem o 9º pior índice do grupo.PENÚLTIMO LUGARSe levado em conta o índice de analfabetismo funcional (além da incapacidade de ler e escrever, a de entender textos), o abismo racial se mostra ainda mais profundo. O analfabetismo funcional atinge 16,4% dos brancos, 27,25% dos negros e 28,6% dos pardos.Ainda longe das universidadesOs dados também indicam que a ampliação do acesso ao ensino superior não favoreceu de maneira igual brancos e negros. Entre 1996 e 2006, aumentou em 25,8 pontos percentuais o número de estudantes brancos de 18 a 24 anos matriculados no ensino superior - de 30,2%, passou para 56%. Já a participação dos negros e dos pardos nesse nível de ensino aumentou em 15 pontos percentuais, de 7,1% para 22%.A diferença é ainda maior entre as pessoas com mais de 15 anos de estudo - suficientes para concluir o ensino superior: em 2006, 78% delas eram brancas, e apenas 3,3% negras."É um resultado pífio, e para mudar o quadro seria necessária a criação de cotas em todas as universidades públicas do país", disse Eduardo Pereira, gestor da Educafro, pré-vestibular de São Paulo dedicado a afrodescendentes. A situação dos negros e dos pardos é também pior quanto à renda: mesmo na comparação entre pessoas de mesmo nível de escolaridade, a renda média dos negros e pardos é, em média, 40% menor do que a dos brancos.Brancos com mais de 12 anos de estudo ganharam, em média, R$ 15,90 por hora, em 2006, enquanto os negros e pardos receberam R$ 11,10.

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